quarta-feira, 29 de junho de 2016

Manual básico para iniciar as crianças nos jogos de tabuleiro - Nexo Jornal

Menino xadrez

Os tempos são de jogos em telas. Crianças hipnotizadas por tablets e smartphones viraram uma cena do dia a dia. Nessa era digital e conectada, falar em jogos de tabuleiro, daqueles com dados, pecinhas e cartas, pode parecer pitoresco ou anacrônico.
É uma impressão errônea. O mercado de jogos de tabuleiro tem se fortalecido em muitos países nos últimos anos. A feira alemã Spiel, maior evento mundial do setor, atraiu 910 expositores de 41 países em 2015. Os dados mais recentes do varejo dos EUA e Canadá, para 2014,indicam um crescimento de 20% nessa categoria. O papel da internet em auxiliar a renascença dos jogos à moda antiga é reconhecido entre os fãs. Entre os motivos estão o acesso a lojas especializadas e a criação de comunidades específicas em sites ou fóruns, além da difusão de informações sobre os jogos.
FOTO: REPRODUÇÃO/LIVRO "BRINCAR E LER PARA VIVER"
Mancala
 JOGO DE MANCALA


Embora jogos de tabuleiro sejam para todas as idades, eles trazem aspectos positivos para as crianças em especial. Educadores e psicólogos defendem os benefícios pedagógicos desse tipo de jogo em todas as faixas etárias. Para eles, o jogo físico e presencial, geralmente realizado em grupo, trabalha aspectos sociais, cognitivos e motores, entre os quais, respectivamente, o reconhecimento de regras, a construção de hipóteses e o aprimoramento da destreza manual.
Os psicólogos Michael Cole e Sheila Cole, em seu livro “O Desenvolvimento da Criança” lembram que Jean Piaget, um dos mais influentes estudiosos da psicologia infantil, “viu a capacidade de participar em jogos baseados em regras como a manifestação de operações concretas na esfera social, correspondentes a um egocentrismo menor”. O livro “Moves In Mind: The Psychology of Board Games”, dos psicólogos Fernand Gobet, Alex de Voogt e Jean Retschitzki, também destaca o interesse de Jean Piaget nesse tipo de jogo. “Vários conceitos de Piaget poderiam ser aplicados à psicologia dos jogos de tabuleiro: cooperação, descentralização, operações e abstração”.
FOTO: JACKY NAEGELEN/REUTERS
Jogo de damas
 CRIANÇAS JOGAM DAMAS NO CONGO
Mas não é preciso ser psicólogo ou educador para ter ideia do impacto positivo dos jogos de tabuleiro. “Você tem memórias afetuosas de sua infância, sentado em volta da mesa com a família para um jogo?”, pergunta o site do documentário "Cardboard", de 2012, que trata do fenômeno. Se já viveu essa experiência, há boas chances de você responder positivamente à pergunta.
E como trazer os jogos para o cotidiano da família? Preparamos um pequeno caminho. Avance uma casa para ver.

Por que jogos de tabuleiro para crianças?#

Resolução de problemas, criação de estratégias, habilidade lógica, ação e reação, habilidades sociais e interativas, entre as quais aprender a ganhar e perder, esperar a vez, respeito ao outro e intimidade com os colegas. São alguns dos benefícios citados pela pedagoga Sandra Guidi e pela psicóloga Lucia Ghisalberti, da Escola Stance Dual, em São Paulo. Aulas com jogos fazem parte da grade curricular da instituição para o ensino fundamental. “As crianças exercitam cotidianamente essas habilidades e depois as levam para a vida futura”, afirma Ghisalberti.
FOTO: REUTERS
O livro “Brincar e Ler para Viver”, de Adriana Klysis, psicóloga, e Edi Fonseca, pedagoga, afirma que os jogos de tabuleiro trazem desafios interessantes mesmo para crianças pequenas no que diz respeito “ao aprendizado de participar de uma situação grupal que envolve regras simples, na qual precisam combinar a ordem das jogadas, esperar a vez, lidar com a frustração de não ter o resultado desejado no lançamento dos dados, aprendendo a lidar com as situações de conflito decorrentes das partidas, por um lado, e por outro desfrutando da rica convivência que essa situação propicia”.

Por que é bom jogar em família#

Não se trata de ir na loja, comprar um jogo e dar para a criança. É importante se envolver. Metade da graça do jogo de tabuleiro é a reunião de pessoas. Ao contrário de boa parte dos jogos em eletrônicos, a experiência do jogo físico é coletiva. Muitas vezes a criança preferirá a companhia dos amigos, mas isso não exclui a possibilidade de jogos em família. Produza a ocasião, junte todo mundo na casa, providencie comes e bebes. Programe para jogar em viagens ou no fim de semana, quando há mais tempo e convívio.
FOTO: WIKIMEDIA COMMONS
A trilha do ganso
 JOGO DO GANSO, JOGO DE TRILHA PIONEIRO
Jogar junto traz proximidade física, interação olho no olho e muita conversa. A cumplicidade que se desenvolve dentro de um jogo em prol de um objetivo comum é saudável. O jogo é uma boa opção para atingir esse propósito, em especial conforme a criança vai ficando mais velha e ocorre um afastamento de pais e filhos. “Há poucas atividades de lazer com interesse comum entre dois grupos tão distantes. E muitas vezes os únicos momentos de contato acabam sendo as refeições. Os jogos têm um potencial fantástico para unir os dois grupos”, escreveu Sergio Halabal, fundador da empresa de jogos Ludomania.

Dá para ir muito além dos jogos manjados#

Se você é um adulto e parou de acompanhar jogos de tabuleiro depois da infância e adolescência, saiba que existem muitas novidades na praça. Clássicos centenários, como xadrez, damas e gamão, continuam relevantes, assim como sucessos antigos como Banco Imobiliário (ou Monopoly) e Detetive. Mas existem centenas de outras alternativas, algumas delas resgates de jogos antigos que eram pouco conhecidos no Brasil. É o caso do Jogo do Ganso, cujas origens podem ser anteriores ao século 16 e que é considerado o primeiro caso de “jogo de trilha”, onde os jogadores avançam por um caminho lançando dados e seguindo instruções.
Em seu livro, Adriana Klysis destaca a família de jogos conhecida como mancala e que registra cerca de 200 variantes. De caráter estratégico, os jogos de mancala consistem em mover e acumular sementes em um tabuleiro de casinhas. Entre os lançamentos mais recentes, vale usar como filtro a idade recomendada e o tema do qual trata o jogo (que pode ir de fantasia a conhecimentos gerais, de personagens de quadrinhos etc). A página do Facebook da Ludomania e o portal Ludopedia trazem novidades da área.
FOTO: JOHN KOLESIDIS/REUTERS
 MENINOS GREGO-CIPRIOTAS JOGAM GAMÃO

Ganhar, perder e cooperar#

Jogos de tabuleiro podem ser competitivos ou cooperativos. Os da segunda categoria geralmente colocam os jogadores competindo contra o jogo, mas também podem significar subgrupos de jogadores competindo entre si. Um título bastante conhecido de jogo cooperativo por aqui é o Scotland Yard, lançado nos anos 80 pela Grow, onde os participantes tem que se ajudar para desvendar um crime, ou o Descobridores de Catan, onde os jogadores tem que colonizar territórios. No exterior, há uma variedade bem maior de títulos cooperativos, incluindo lançamentos recentes. Esse tipo de jogo envolve colaboração entre todos os participantes em torno de um objetivo, que podem dividir tanto a satisfação da vitória como a decepção da derrota.
FOTO: TIM KRAJCAR/FLICKR/CREATIVE COMMONS
Catan
 JOGO DESCOBRIDORES DE CATAN


O jogo competitivo traz outro conjunto de benefícios, na opinião dos especialistas, e não menos importantes. Estes estão relacionados a superação do próprio potencial e ao sentimento de realização em determinadas competências, que variam conforme o jogo. Lucia Ghisalberti e Sandra Guidi, da escola Stance Dual, ressaltam também a importância do “ganhar e perder” pois “são parte do desenvolvimento emocional”.
E, quando adultos e crianças jogam, quando se deve “deixar” uma criança vencer? Um artigo do Wall Street Journal de 2015 fez a mesma pergunta e ouviu psicólogos. Os especialistas responderam que a partir dos 5 ou 6 anos o mais indicado é jogar mais “de verdade”, o que certamente fará a criança perder partidas e isso trará aprendizado para lidar com frustrações.

Crie seus próprios jogos#

“Muitas vezes, pais dizem que as crianças não se interessam por nada, mas se você propõe construir algo junto, pegar um pedaço de papelão ou uma toalha velha, e fazer um tabuleiro aí e depois jogar”, recomenda Adriana Klysis. Uma brincadeira então vira duas: não só o jogo em si, mas a construção dele. Materiais de pintura e colagem podem servir para fazer sua própria versão de diversos jogos.
FOTO: FLICKR
jogo caseiro
 JOGO DE TABULEIRO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS UTILIZADO NO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO


Com papelão e canetinhas pode se inventar um jogo de trilha “autoral”. Jogos de mancala (citados no item 3) podem ser feitos a partir de uma caixa de ovo e feijões. Dois imãs redondos, que se encontra em aparelho de som automotivo, pode servir para fazer uma roleta magnética caseira. Pesquise na internet, em especial no YouTube, como fazer jogos diferentes. Em sites de outros países pode se achar também versões diferentes de jogos conhecidos para fazer sua própria adaptação.

Aprendizados extras#

Um jogo de trilha pode ser um passeio na floresta onde surgem animais diversos. Ou pode contar uma parte da história do Brasil, como o período do Império. Ou ainda ensinar a escovar os dentes. Outra opção é associar uma tarefa a cada casa: se cair na casa 5 tem que imitar um bicho, se for na casa dez tem que cantar um pedaço de música ou responder a uma pergunta.
Em 2013, a Unicef desenvolveu um jogo de tabuleiro para ensinar crianças da Papua Nova Guiné a se preparem para desastres naturais em uma região afetada por um ciclone. O clássico Banco Imobiliário/Monopoly teve como base o jogo The Landlord’s Game, criado para demonstrar as teorias do economista Henry George de que o acúmulo de propriedades potencializa a desigualdade social.
Contar sobre as origens culturais e históricas dos jogos é também uma forma de torná-los atraentes para as crianças.É o que faz “O livro dos dez melhores jogos de todos os tempos”, de Angels Navarro. Nele pode-se descobrir que as damas chinesas surgiram não na China, mas na Alemanha, e que o Resta Um foi criação de um prisioneiro francês do século 18.


Manual básico para iniciar as crianças nos jogos de tabuleiro - Nexo Jornal

sábado, 25 de junho de 2016

Rubem Alves - A Escola Ideal - o papel do professor

Rubem Alves - A Escola Ideal - o papel do professor

Video para problematizar a realidade - Professor de Espantos

Amissão do professor não é dar conteúdo, porque isso já tem na rede, livros…
os professores tem que se perguntar, isso que vou ensinar serve pra que?


Educar, é criar alegria de pensar!


segunda-feira, 13 de junho de 2016

Adital - Competição ou cooperação? (Leonardo Boff*)

Competição ou cooperação? (Leonardo Boff*)
Brasil - Há um fato que faz pensar: a crescente violência em todos os âmbitos do mundo e da sociedade. Mas há um que é perturbador: a exaltação aberta da violência não poupando sequer o universo do entretenimento infantil. Chegamos a um ponto culminante com a construção do princípio da autodestruição. Por que chegamos a isso? Seguramente são múltiplas as causalidades estruturais e não podemos ser simplistas neste campo. Mas há uma estrutura, erigida em princípio, que explica em grande parte a atmosfera geral de violência: a competitividade ou a concorrência sem limites. Ela vigora primariamente no campo da economia capitalista de mercado. Comparece como o motor secreto de todo o sistema de produção e consumo. Quem for mais apto (forte) na concorrência quanto aos preços, às facilidades de pagamento, à variedade e à qualidade, este vence. A competitividade opera implacável darwinismo social: seleciona os mais fortes. Estes, diz-se, merecem sobreviver, pois dinamizam a economia. Os mais fracos são peso morto, por isso são incorporados ou eliminados. Essa é a lógica feroz. A competitividade invadiu praticamente todos os espaços: as nações, as regiões, as escolas, os esportes, as igrejas e as famílias. Para ser eficaz, a competitividade deve ser agressiva. Quem consegue atrair mais e dar mais vantagens? Não é de se admirar que tudo passa a ser oportunidade de ganho e se transformou em mercadoria, do eletrodoméstico à religião. Os espaços pessoais e sociais que têm valor, mas que não têm preço como a gratuidade, a cooperação, a amizade, o amor, a compaixão e a devoção, ficam cada vez mais acantonados. Mas estes são os lugares onde respiramos humanamente, longe do jogo dos interesses. Seu enfraquecimento nos faz anêmicos e nos desumaniza. Na medida em que prevalece sobre outros valores, a competitividade provoca mais e mais tensões, conflitos e violências. Ninguém aceita perder nem ser engolido pelo outro. Luta defendendo-se e atacando. Ocorre que após a derrocada do socialismo real, com a homogeneização do espaço econômico de cunho capitalista, acompanhada pela cultura política neoliberal, privatista e individualista, os dinamismos da concorrência foram levados ao extremo. Em conseqüência, os conflitos recrudesceram e a vontade de fazer guerra não foi refreada. Os EUA, potência hegemônica, são campeões em competitividade, usando todos os meios, inclusive armas para sempre triunfar sobre os outros. Como romper esta lógica férrea? Resgatando e dando centralidade àquilo que outrora nos fez dar o salto da animalidade à humanidade. O que nos fez deixar para trás a animalidade foi o princípio de cooperação e de cuidado. Nossos ancestrais antropoides saiam em busca de alimento. Ao invés de cada qual comer sozinho como os animais, traziam ao grupo e repartiam solidariamente entre si. Dai nasceu a cooperação, a sociabilidade e a linguagem. Por este gesto inauguramos a espécie humana. Face aos mais fracos, ao invés de entregá-los à seleção natural, inventamos o cuidado e a compaixão para mantê-los vivos entre nós. Hoje, como outrora, são os valores ligados à cooperação, ao cuidado e à compaixão que limitarão a voracidade da concorrência, desarmarão os mecanismos do ódio e darão rosto humano e civilizado à fase planetária da humanidade. Importa começar já agora para que não seja tarde demais. 

RESENHA DO FILME: SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

RESENHA DO FILME: SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS


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RESENHA DO FILME: SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

O filme sociedade dos poetas mortos, dirigido por Peter Weir é um drama vivido na Academia Welton no ano 1959, nos Estados Unidos,. Uma escola tradicional de segundo grau, que aplica um ensino rígido como na academia militar e adota uma concepção didática racionalizada com prospecção para formação superior.
No início do filme, uma solenidade de abertura do ano letivo, onde os alunos adentram o auditório com trajes formais exibindo os brasões, a farda e o comportamento sisudo exigido pela escola. Na platéia, os pais e funcionários acompanham o hino exaltando a herança histórica e os legados da colonização. O discurso formal do diretor Nolan(Norman Lioyd), enfatizando os cem anos da escola e o orgulho estribado nos quatro pilares, que ainda garantiam o sucesso daquela instituição: Tradição; Honra; Disciplina; Excelência. A menção desses princípios empolga muito os pais de alunos no auditório, pois sabem que ali as chances são bem maiores de seus filhos ingressarem em curso superior e a garantia de um futuro promissor.
A apresentação do novo professor John Keating (Robin Willins) que já fora aluno dessa escola.
Na sua primeira aula, o professor Keating inicia a leitura com uma frase de um poema de Walt Whitman a respeito de Abraham Lincoln : “Meu Capitão, Meu Capitão”, o que se pode entender teria chamado assim também seu mestre que o inspirou. Pede aos alunos que leiam o primeiro verso do poema “Às virgens para aproveitar o tempo” da página 542 do livro de hinos:
“Pegue seus botões de rosas enquanto podem…”. O professor explica que o termo em latim para esse termo é Carpe Diem – Aproveite o dia. Viver cada dia intensamente como se fosse o último.
Na aula seguinte, solicita a leitura da introdução do livro: “Entendendo a Poesia”.O texto diz que a poesia pode ser demonstrada com gráfico matemático, não parece ser aplicação da interdisciplinaridade, mas apenas um método antiquado de olhar a poesia. Keating pede que arranquem essa e outras páginas semelhantes. Diz ele: “Poesia é para ser vivida e não calculada”. Que não pensem como são mandados, mas pensem por si mesmos. Com certa dificuldade consegue convencê-los. O professor sobe na mesa, pede aos alunos que subam também e vejam de forma diferente. Ver de outro ângulo,por si mesmos e não apenas como são induzidos.
O professor Keating é do tipo que entra na sala assoviando; Descontrai os alunos; Leva-os para aulas ao ar livre; Pede que façam poesias espontâneas; Incute neles o desejo de viver cada momento intensamente. Adota um estilo divergente da escola tradicional. Leva os alunos a uma nova forma de ver as coisas.
Os alunos começam a tomar gosto pela literatura e a perceberem a sensação de viver a poesia. Sentem o ambiente, que aliás é propício para aulas ao ar livre. O ambiente evoca a tradição inglesa: Árvores altas, extensos jardins, a exuberância da natureza,espaços bem definidos. Os alunos se sentem à vontade com o professor Keating, deixam fluir suas inspirações. As aulas começam a produzir efeitos.
Neil Perry (Robert Sean) um dos alunos, descobre o anuário do professor Keating e o questiona sobre o que seria a Sociedade dos Poetas Mortos, da qual ele fazia parte. O professor hesita, mas fala dos hábitos e do local secreto onde costumavam se reunir para ler poesia. Isso foi o bastante para aguçar a curiosidade no grupo, que nas horas de folga com facilidade conseguiam chegar até a caverna onde principiaram suas primeiras leituras ainda tímidas.Tomaram gosto e as idas até lá viraram o hobby preferido deles, às vezes até as garotas também participavam.
Essa nova sensação despertou em Neil o gosto pela dramatização e resolveu se inscrever para uma peça de teatro, onde concorreu e conseguiu o papel principal. Empolgado contou aos colegas, mas não conseguiu o apoio do pai. Ficou muito triste. Pediu a opinião do professor Keating, que o aconselhou a ser aberto com seu pai. Neil não tem liberdade para se expressar. Seu pai, é um linha dura, que não abre mão dos seus princípios e lhe nega o consentimento. Neil forja uma autorização da escola com assinatura falsa do diretor. Saiu-se bem na peça. Festejou o sucesso da apresentação. Recebeu os aplausos do auditório. O abraço dos colegas e amigos, mas teve de suportar a dura chamada do pai. A gota d’água para sua decepção com relação à futura carreira. Desanimou totalmente. Desistiu de viver. A arma do próprio pai foi seu carrasco. Aquela noite de glória foi também de caos. Entrou definitivamente para a sociedade dos poetas mortos, mas de forma trágica. O tão entusiasmado Neil, agora deixa tristeza na família, na escola, nos colegas e amigos. É a notícia do momento. Assunto dos corredores. A escola não iria perder sua reputação. O diretor tem de punir alguém. Não poderia ser outro: O professor Keating, seria demitido. Convoca os alunos do professor Keating e interroga-os, quer saber quem faz parte da sociedade. Terão de renunciar e assinar o termo de responsabilidade. Os pais estão presentes e certificam-se de que tal professor não lecionará mais ali. Os jovens não têm escolha. Grande é a sua dor em ter de separar-se do professor. As aulas voltarão a ser com antes dele. O diretor assume a sala. Todos terão de pagar as matérias atrasadas. Rever o assunto antes refutado.
O professor Keating entra na sala para pegar suas coisas no armário. Será o último encontro com aqueles alunos. Ao sair, mesmo sem se despedir, Anderson um dos alunos, com uma atitude inusitada, sobe na carteira, e exclama: Meu capitão! Esse era o apelido carinhoso que lhe deram. Os outros imitam. O diretor que está lecionando perde o domínio da sala. O professor keating agradece, pois sabe, mesmo não podendo mais continuar ali, leva a certeza de que algo ficou marcado naqueles garotos.
A conclusão desse episódio é que o filme Sociedade dos Poetas Mortos mostra uma crítica à educação tradicional, onde o aprendizado acontece de forma mecânica: O professor fala, o aluno ouve. O discente não inclui suas experiências do dia-a-dia no processo de aprendizagem. O professor Keating rompe com o tradicional e mostra um novo ideal pedagógico no qual a relação entre professor e aluno deve ter uma vivência democrática e interativa de forma espontânea, permitindo ao aluno poder extrair o melhor de si.


RESENHA DO FILME: SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS